terça-feira, 28 de julho de 2009

Faz de Conta


Faz de conta que é tão breve
o tempo em que não se tem
todo o carinho de alguém
que ao nosso lado esteve.
Faz de conta que um desejo
tem o meu nome gravado
e ao peito de alguém guardado
(doce encanto que invejo).
Faz de conta que este amor
solto ao vento, libertino,
é segredo do meu destino
feito em asas de condor.
Faz de conta que sem querer
a minha falta vai nascendo...
Faz de conta que não sendo,
é por mim o teu viver.

(
vou sonhar este dia para fazer parte da tua felicidade)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Ai!


Ai que mentira
é não dizer o que se sente,
esconder o coração descontente
e dizer a toda a gente
que se é feliz.


Ai que triste é quem diz,
A vida é um momento”,
e perde assim o seu tempo
sem buscar um sentimento,
uma razão para viver.

Que motivo pode ter
esse alguém que não luta,
que não fala, que não escuta,
para viver sob a batuta
do maestro que é a tristeza?

Ai que mentira é a certeza
de que um dia melhor virá,
simplesmente porque ninguém o encontrará,
ninguém o achará
se não souber por ele lutar!

sábado, 11 de julho de 2009

Ser Livre


És livre como o vento,
mas vives preso ao ar que respiras...

É livre o teu pensamento,
mas não vais para lá do sonho...



É livre a tua vontade
que nem sempre é o teu desejo...

És livre para sorrir,
mas ninguém partilha a tua alegria...

És livre para amar,
mas cada alma é a prisão de um beijo...

É livre a tua poesia
cheia de palavras que ninguém entende...

És livre de ser livre
e todos os dias essa liberdade te prende...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Um Dia Que Não É Hoje


Um dia, que não é hoje, por graça
eu talvez encontre palavras outras
soltas nos meus lábios sem a mordaça
das verdades que neles são tão poucas.


Um dia, que não é hoje, sem medos
e sem vergonhas, abrirei o meu peito
para verem como sou sem segredos,
para verem como sou não perfeito.

Passarei nas esquinas dessas ruas
em que se escondem nas almas safiras,
disfarces do lado negro das luas
onde tudo o que se vê são mentiras.

Não quero sentir mais este peso
do castigo que embriaga o meu pecado,
por entre as cores de todo este desprezo
que os meus olhos têm, quando julgado.

Por agora é tudo quanto deseja
esta vontade que o meu peito tem,
ter um dia, sem ser hoje, e se veja
que não sou tão diferente de ninguém.