quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Perdi Um Amigo



hoje perdi alguém
que eu trazia ao meu lado,

atrasou-se, ficou cansado,
ou simplesmente desistiu?
a minha alma não a viu,

essa alma que perdi
com os olhos no céu esperando
na surpresa o seu regresso,
já não está caminhando
nestes passos que são meus,

hoje perdi um amigo
sem saber se foi um adeus
e de mim ele se perdeu,

não morreu, está comigo?
assim a Deus o peço.


(
há sempre uma pequena saudade que tempera a distância entre dois amigos)

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

ENTRE AS ASPAS DE UM PARÊNTESIS RECTO


É fácil falar com as palavras da poesia para cantar a alegria e a tristeza do Amor. É fácil esconder no meio de uma rima a vontade de um beijo, a loucura de uma saudade, a angústia de um adeus... há palavras tão bonitas que têm o cheiro de um bálsamo que sara todas as feridas nascidas no peito com o nome de alguém.


Mas também há palavras duras, amargas, verdadeiras, presas entre as linhas de um parágrafo declamado sem risos e sem cor, e que nos despertam dos sonhos onde quase sempre desejamos sentir.

E eu gosto de sonhar!... Assim eu soubesse não acordar dessa poesia e nunca ver a força de todas as palavras que não rimam, para cada vez que não sonhando, não me doesse na alma este viver.

São as tuas palavras e as palavras dos outros que precisam ser ditas e ouvidas, nos intervalos dos meus caminhos.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Eu Não Quero Morrer


Eu não quero morrer,
tal qual estas pedras do meu caminho
não morrem, mesmo sabendo que sozinho
assim quero viver.

Que sentido pode ter
esse instante de dor em que se cai
na vida? Tanto adeus, dois suspiros e um ai...
Eu não quero morrer!


Nunca deixo de querer
ir para lá de todos os horizontes
que a minha alma prendem, e saltar as pontes
desse verbo Ser.

Eu não sei morrer!
Há este constante perpetuar a dor
de um laço que se pode chamar “amor”,
que eu não sei perder.

Não vou adormecer
sonhando esse futuro que há em mim
e por isso, antes de haver um Fim,
não me deixem morrer.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Breve


É só o tempo de acordar
suspenso nas cores de um paraíso
que embriaga esta nossa corrida.


É só o instante de sentir
o perfume da flor escondida
que as mãos não saberão colher.
É só o momento de querer
abraçar outro eu que está só
algures à espera de um sorrir.
É só o tempo de ser breve,
beber num sopro este existir
e morrer sem outro acordar.