domingo, 25 de janeiro de 2009

Arder na Redenção






deixa-me chorar
só hoje
enquanto dói,

preciso sarar
a ferida da tua mentira
e libertar neste (des)gosto
a pena que senti
pelo teu amor
que era meu
e agora dividido
perdi,

dizes
que sou eu
afinal quem desejas
e os meus lábios
os que beijas
por ser meu
esse espaço
que dentro de ti
quer amar,

só eu sei
o vazio imenso
que vai ocupar
em silêncio
o teu regresso
por isso choro
e esqueço
enquanto dói
para depois renascer
deste fogo
e viver,

mas não voltes
a ter uma razão
para de novo
doendo
eu desejar
te esquecer
pois serei eu a pedir
o teu perdão
por assim, sofrendo,
morrer...



(enquanto eu existir, Saberás que alguém te ama, perdidamente!...)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O Meu Amor


O meu amor é forte como um laço
que te abraça sem nunca te prender,
é por dentro a razão do meu viver,
todo o mundo a minha vida o teu espaço.

O meu amor é água em teu regaço
da sede que sustenta o teu querer,
é um rio sem nascente a correr
pelos caminhos do sonho que abraço.

São meus olhos o espelho do teu rosto,
é minha alma o recanto, tua poesia,
sou eu tudo o que és, doce sabor.

Não me esqueço na distância do gosto
que tem esse teu beijo em cada dia
nos meus braços, és tu o meu amor.

domingo, 18 de janeiro de 2009

O Teu Perfume


A tinta azul no silêncio branco
onde escrevo a minha existência
é poema de uma vida, a minha voz
sem tempo conjugando o verbo em “nós”
como ecos de palavras soletrando a tua ausência.

Mas eu não vivo na solidão do teu constante adeus,
por que não choro nos momentos de festa
em que o teu olhar passa e me aquece
e a saudade que há em mim se esquece
como sopros de toda a vida que me resta.

Tem o teu nome as palavras o perfume
que queima as pedras do caminho por onde vou...
E anda meu grito preso nesta liberdade
com o pensamento que traz em ti esta amizade
do que só tu sabes, enfim, o que eu sou...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Balada a Duas Vozes


Por onde andas?
-
Às vezes, à tua procura.


E por que razão não te encontro?
-
Gostava que soubesses o quanto te quero...

Há tanto tempo que não vemos juntos o pôr-do-sol!
-
Pois é, já perdi dentro de mim o teu olhar. Ainda me amas?...

Não me lembro de nunca te amar!...
-
Não há noite em que eu não sinta o teu abraço.

Tenho medo de partir e não saber onde ficas.
-
Não me deixes morrer na ausência das tuas palavras!!...

Já se faz tarde!...
-
Porquê?...

Ouves?...
-
Não. De que falas?

É o teu silêncio a chegar perto de mim!...
-
Tu sabes que te pertenço!...

Serás o meu “sempre”, mas eu não sei quem sou na incerteza do teu intermitente existir...

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Podia Ser Uma Carta de Amor


Minha estrela,
O sol ainda não era Sol, e já tu eras hoje a única luz da minha existência.

Tu me encontraste nesta noite e me roubaste um beijo à beira do caminho, de tal forma que o fogo desse momento desfez em cinzas o meu passado, e nesse único instante perto de ti eu tive justificada para sempre a minha vida.

Como posso eu saber se é amor esta vontade de te pertencer, se até hoje não havia entre nós nada mais que o infinito?... Será que a dor desta inquietude que abrasa o meu coração, representa apenas o espiríto de um sonho efémero que não é meu?... Mas se for isso, como posso eu justificar o desejo que me impele para este abismo de te querer?...

Eu vou renascer!... Vou entregar ao vento o sopro desse desejo como redenção deste castigo que o destino me legou ao te afastar de novo de mim. Ficarei perto deste caminho por onde começa e acaba a minha vida, e escreverei nas suas veredas todas as palavras de amor que não tive tempo de te dizer. Estas palavras vão te encontrar tão longe!... Por que tiveste de partir sem saberes o quanto te podia amar?...


Eu quero pensar que vais voltar. E se vieres à minha procura e ainda me ouvires, é por que já me encontraste dentro de ti!... Fecha os teus olhos, e no breu dessa escuridão eu serei a luz que ilumina essa ausência.

Amanhã o sol já não será Sol para mim, mas tu não deixarás de ser a minha estrela da manhã.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Antes de Tudo


Antes de tudo,
mesmo das coisas mais importantes,
eu vou-te amar!...


Antes de todos os nadas
e de todos os sofrimentos,
é por ti que eu vou existir.


Antes de perderes por dentro
o sabor do meu eterno desejo,
eu não te vou esquecer.


Antes de tudo,
mesmo que seja para morrer,
eu serei teu para sempre!...

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Asas da Minha Saudade


Naquele ramo que fica no meu quintal
nasceu hoje, pela manhã ainda fria,
uma ave que por certo não sabia
ser também hoje o dia do meu natal.

O seu canto era um choro sem igual
que outros tempos me fez lembrar a alegria...
aqueles por quem agora eu tudo daria
para vivê-los de novo – bem ou mal.

Ouve, ave inquieta que agora nasceste!
Hás-de crescer e voar pelo mundo fora
sem saberes que o tempo também tem idade.

Leva na tua voz o que comigo aprendeste
e quando eu daqui com pena me for embora,
solta das tuas asas a minha saudade.

sábado, 3 de janeiro de 2009

De Vez em Quando


Voltei a desejar de mais
dentro de mim o teu alento
e voltei a perder o meu tempo
querendo saber por onde vais.

De vez em quando eu esqueço
que não me pertences, amarga vontade,
e não me mata esta saudade
os caminhos do teu regresso.




Diz o vento quando passa por mim
que partiste chorando o meu beijo...
se fosse Amor este meu desejo
não me mentia o vento assim.

De vez em quando o meu olhar
sai por esta janela em loucas corridas
e troco com o vento as dores esquecidas
pela constante esperança de te encontrar.