quarta-feira, 16 de novembro de 2011

[PARÊNTESIS] - há três anos


O primeiro verso é sempre inesquecível, foi por isso que o dediquei a ti para nunca mais te esquecer!...


Na minha vida há muitas páginas salpicadas de pequenas existências que vão passando e que o tempo vai apagando devagar para outras poderem entrar. Mas para ti eu guardei um imenso espaço que mais ninguém consegue ocupar.

Não importa que andes longe... Não interessa o tempo que passas sem mim... És sempre uma doce recordação na minha vida.

E continuarei a amar assim, até não haver mais nada por que valha a pena viver!...

sábado, 29 de outubro de 2011

"ENTRE ASPAS" - não deixo morrer esta alma


O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesmo compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que se não sente bem onde está, que tem saudades... sei lá de quê!

(Florbela Espanca)


sábado, 24 de setembro de 2011

O Sabor das Coisas


 A vida tem um sabor agridoce
que tempera tudo quanto se sente.
Não há nada que não tenha sabor:
mais quente, mais amargo e já sem cor,
mais doce e mais frio, paixão ardente.

Quantas vezes os sabores se confundem
nessa pressa que tem a alma errante
em beber com sofreguidão a vida,
como se outra houvesse escondida
e nem uma e outra fosse importante.

Que sabor tem uma nobre mentira
nos lábios que mentindo a dor matou?
Terá ela na boca o mesmo gosto
de alguém que mentindo fecha no rosto
o prazer da verdade que ocultou?

A que sabe o amor de uma paixão
nos versos de um beijo feito sonata?
Tem sabores de alegria e tristeza,
é chama que torna forte a fraqueza,
para uns fogo que queima, outros mata!

Cada um de nós é sal no tempero
que torna doce a vida, amarga a morte.
Tudo o mais é cuidado ao provar...
Mais vale ter um gosto singular
se a vida nos reserva a mesma sorte.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Fados Imperfeitos (IV)


Todos os dias há flores a nascer
onde a terra é virgem, seca, sem cor,
entre as pedras de uma estrada qualquer...
Pouco importa onde nasce o amor.


Tantas cores têm elas ao sorrir,
que inveja tenho eu dessa beleza!
Quem dera que pudessem colorir
na alma esta minha nobre tristeza.

Todos os dias são mil estas flores,
mas por que nascem tão longe de mim?
Quem dera fossem elas meus amores
que eu pudesse abraçar até ao fim.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Nunca Sei


nunca sei onde estás
e quando estás
nunca sei por quê,
nunca sei por que vens
e se nos braços tens
a vontade de me abraçar,
nunca sei se me mentes
quando dizes que sentes
por mim todo esse amor,
nunca sei qual a razão
por que tem meu coração
a alegria nesta dor,
nunca sei por que espero
tanto tempo o que quero
e só a minha ilusão vê,


pois nunca sei onde estás
e quando estás
nunca sei por quê.

domingo, 17 de abril de 2011

§ DEFINIÇÕES § a solidão da amizade...


Há pessoas que nos surpreendem quando acabamos por saber sobre elas mais do que aquilo que gostaríamos, e ao mesmo tempo acabamos por saber muito menos do que aquilo que precisaríamos para as poder compreender.


Quando te nomeei meu amigo, eu senti que nada no mundo nos poderia separar. Naquele momento, e noutros que agora posso recordar, não havia nada que pudesse ser mais forte do que esse laço.

Talvez por isso eu tenha pensado que podia seguir o meu caminho e contar sempre com a tua presença, mas acabou por não ser assim quando percebi que no teu mundo não existia apenas eu...

Lembro-me que um dia não pensei em ti e achei que tu também me tinhas esquecido... Um dia não te vi e noutro ainda não me importei... Aos poucos, bem devagar, instalou-se entre nós o abraço do tempo...

Hoje os nossos olhares estão tão distantes que quando eu te vejo é difícil saber se és tu que ao longe me procuras, ou se eu que continuo sem saber por que me afasto de ti.

sábado, 5 de março de 2011

Sede de Viver


Deixa-me procurar o que desejo,
erguer para alguém que passa o meu sorriso
e ouvir depois o que tem para me dizer.


Porque sim, é verdade!,
de alguém ao meu lado eu preciso,
pois se não sinto o Inverno chegar
num silêncio calmo e demorado
que eu sei não ser capaz de suportar.

Deixem-me à solta por aí,
riscar de uma vez só
o papel onde ninguém ousa escrever,
rir com gosto de um condenado
de um pobre ou de um morto
e ouvir falar de mim tão mal
que me ferissem as palavras os ouvidos.

Deixem-me acompanhar as aves do céu
no seu voo livre por entre o vento,
beber alegremente de um só trago
a coragem de ir sempre mais além,
gritar até rouca ficar a voz
e nunca ter vontade de olhar para atrás.

Deixem-me cair, rasgar a pele,
limpar do chão o vermelho do sangue
e imprimir no meu coração ao acaso
um sentimento agudo de dor
que eu não seja capaz de aliviar.

Deixem-me errar um verso
no poema porventura mais belo,
e não me lembrem depois mais nada
se ao fim de tudo me apetecer chorar.

(há dois anos este poema foi dedicado a uma amiga para que ela nunca desista...)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Imaginei-me Sem o Teu Amor


Imaginei-me sem o teu Amor
e percebi o que era estar sem ti!
Imaginei-me sem o teu Amor
e cresceu dentro de mim um vazio!
Imaginei-me sem o teu Amor
e de repente o sol era tão frio!
Imaginei-me sem o teu Amor
e não fui capaz de viver... Morri!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Falar de Mim


Falar de mim
é desvendar um tímido segredo
que talvez não importe a mais ninguém.

Falar de mim
é escutar as vozes de todo o medo
que só o profundo silêncio tem.

Falar do que sou
é pegar num livro jamais aberto
que nos prende do princípio ao fim.

Saberes o que sou
é talvez ficares sempre mais perto
deste poema que só fala de mim.


sábado, 1 de janeiro de 2011

Dois Mil e Onze


O que se esconde para lá desta porta?...
   

Se eu fechar os olhos consigo imaginar as vozes e os rostos que quero encontrar, os sorrisos e os beijos que não quero perder, a música e o poema que ainda ninguém soube cantar.

Por ora basta-me o silêncio que dali vem. Não sei se o abrace... não sei se me esconda... não sei se lhe grite para dizer que estou aqui. Apetece-me ficar mais um pouco, embora saiba que nada posso fazer contra esta brisa que suavemente me empurra como se não houvesse nada a temer.

E por isso, daqui a um instante já não importa o que fica para trás!...