Como estás, linda Maria,
nesta distância que os meus olhos sentem?
Por ti choram e não mentem
a saudade que eu no peito já sentia.
Há quanto tempo partiste:
duas horas, sete dias, ou mil anos?
Quantos são os desenganos
que tornam o meu tempo menos triste?
Por vezes ao fim da tarde
fico em silêncio ao mar abraçado,
desejando que o meu fado
nos teus sonhos para sempre ele guarde.
Quando voltas, meu amor,
para sentir de novo o que se perdeu?
É minha alma, não sou eu,
que ao recordar-te rouba este clamor.
Espero que me traga o vento
assim depressa os recados teus!
Linda Maria, este adeus
é a minha saudade, ou o teu esquecimento?
Abraça este meu papel
como se fossem junto a ti os meus braços,
e deita ao vento os pedaços
se não fores tu o seu destino cruel!
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