Deixa-me procurar o que desejo,
erguer para alguém que passa o meu sorriso
e ouvir depois o que tem para me dizer.
Porque sim, é verdade!,
de alguém ao meu lado eu preciso,
pois se não sinto o Inverno chegar
num silêncio calmo e demorado
que eu sei não ser capaz de suportar.
Deixem-me à solta por aí,
riscar de uma vez só
o papel onde ninguém ousa escrever,
rir com gosto de um condenado
de um pobre ou de um morto
e ouvir falar de mim tão mal
que me ferissem as palavras os ouvidos.
Deixem-me acompanhar as aves do céu
no seu voo livre por entre o vento,
beber alegremente de um só trago
a coragem de ir sempre mais além,
gritar até rouca ficar a voz
e nunca ter vontade de olhar para atrás.
Deixem-me cair, rasgar a pele,
limpar do chão o vermelho do sangue
e imprimir no meu coração ao acaso
um sentimento agudo de dor
que eu não seja capaz de aliviar.
Deixem-me errar um verso
no poema porventura mais belo,
e não me lembrem depois mais nada
se ao fim de tudo me apetecer chorar.
(há dois anos este poema foi dedicado a uma amiga para que ela nunca desista...)
3 comentários:
É por haverem amigos como tu que pessoas como eu ainda não desistiram...
Obrigada por tudo.
G
Quem tem de agradecer sou eu... Se neste mundo cada vez mais difícil vou tentando não perder de vista o que interessa, é por que ainda vão existindo pessoas como tu que justificam este suspiro de vida. Lembraste daquele tipo de "amor" de que eu falava nos meus "caminhos"?... Hoje já poucos sabem o que é estimar alguém assim!!...
R
Lembro e guardo para recordar...sempre! :)
G
Enviar um comentário