domingo, 21 de novembro de 2010

Fados Imperfeitos (III)


Eu queria abraçar a noite e esquecer

este dia e os outros sempre iguais,
as vozes e os sabores tão banais
com que sinto esta vida se perder.


Eu queria de repente adormecer
nas vagas que abraçam os areais,
nelas sorrir, sonhar e tudo o mais
que fosse preciso para renascer.

Eu queria ser eterno no meu ser
e respirar para sempre, sem finais,
mas não passo de um barco junto ao cais
que me leva a vida e traz para morrer.


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