domingo, 28 de dezembro de 2008

As Marés de Um Amor (im)Perfeito


Lembras-te de mim parado
nas margens desse rio,
qual barco de remos cansado
nas águas beijando o frio
do Outono que em silêncio nascia
nessa brisa como um manto de carinho?


E por que foi que o teu olhar
me queimou os pensamentos
e o calor do teu sorriso
me consumiu os momentos
onde nunca desejei te encontrar,
meu pecado?
Como foi que conseguiste
que as marés se tornassem mais fortes
e ao meu lugar de sempre
me tivesses roubado?...

Empurraste-me para o alto mar
nas ondas dos teus cabelos
por onde fugi gritando essa alegria
que nos meus lábios os teus beijos queimaram
e as tuas mãos nas minhas incendiaram
o sol que no horizonte não dormia...

Mas por fim, cansados,
deixámos os nossos olhos
flutuar nessas águas profundas
e morremos nesse sonho afundado
como um tesouro que não vamos encontrar.

Lembras-te de mim parado
nas margens desse rio?...

Parti sem te conhecer
e vou por onde me esqueço
aos lugares onde nunca pertenci...
Ao mesmo tempo que me libertaste da margem,
tornaste-me prisioneiro do meu regresso
não sei quando, não sei como,
mas é por ti!...

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